Governador entrega licença ambiental à mineradora de terra raras e garante retomada do desenvolvimento de Minaçu

Caiado esteve no município para liberar implantação da empresa, que vai investir R$ 582 milhões e gerar mais de 1,5 mil empregos

Uma luta que durou seis anos chegou ao fim. O governador Ronaldo Caiado esteve nesta sexta-feira (07/06), em Minaçu, pela terceira vez desde que assumiu o Estado. Lá anunciou a entrega da licença ambiental à Mineração Serra Verde, que investirá cerca de R$ 580 milhões, gerando ao longo dos 18 meses de implantação, mais de 1,5 mil empregos diretos e seis mil indiretos. Desde 2013, a empresa aguardava a liberação da licença.

“É indiscutivelmente a mão de Deus. Graças ao trabalho do nosso governo, em especial à Secretaria do Meio Ambiente, cumprimos a nossa palavra e avançamos na autorização da licença, que entregaremos ao presidente da Serra Verde para que comece a instalação da mineradora, que será responsável pela exploração de terras raras”, disse o governador. A expectativa de Caiado é que a implantação da mineradora seja colocada em prática imediatamente. “O povo está com vontade de ter sua carteira assinada, voltar ao trabalho, e ter o seu sustento. É o sonho de todos nós. Não existe programa social mais importante do que garantir emprego ao cidadão.”
A Secretária de Meio Ambiente, Andréa Vulcanis, destacou que a entrega do documento encerra a semana, em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, com chaves de ouro. “Tivemos uma semana intensa. Lançamos o programa Juntos Pelo Araguaia, de recuperação e revitalização ambiental. Hoje, tenho a honra de contar que estamos fechando a semana com 53 licenças ambientais, 350 outorgas e a nossa tão esperada licença de Minaçu, da empresa Serra Verde”, enumerou.
O senador Luiz do Carmo elogiou Caiado pelo empenho na causa e ressaltou que o ato por Minaçu foi inédito. “Há muitos anos venho aqui, tenho empreendimento na cidade. Mas a grande diferença hoje é ver um governador sair da capital e vir aqui em Minaçu entregar uma licença ambiental. Isso nunca aconteceu na história de Goiás”, assinalou.
Wilder Morais afirmou que a licença para a Serra Verde chega em um momento que a população sofre com o fechamento da Sama. “Imaginem a angústia das famílias. Mas a sensibilidade do governador e a competência de nossa secretária proporcionam essa conquista em um momento difícil”, pontuou. Wilder aproveitou para anunciar a assinatura de novos protocolos de intenções para a instalação de novas empresas em Goiás. “Se Deus quiser, até o final do ano, vamos superar o que foi feito nos últimos quatro anos”, vislumbrou. 
Na solenidade, o governador e os secretários Andrea Vulcanis e Wilder Morais receberam títulos de Cidadão Honorífico Minaçuense. Participaram da entrega também o secretário Adriano Rocha Lima (Desenvolvimento e Inovação); o deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (MDB); deputado estadual Eduardo Prado; o deputado federal José Nelto; o presidente da Câmara Municipal, Adriano Seabra; além de vereadores, prefeitos de municípios vizinhos e demais lideranças locais.
Marco na história
O prefeito do município, Zilmar Duarte, considerou a ocasião um marco para a história do município. “Hoje é um dia ímpar para nossa cidade, e me sinto lisonjeado, pois considero um reinício para Minaçu. Essa licença e as demais outorgas, que nos trouxeram de surpresa, foram um verdadeiro presente para o nosso povo. Todos sabem que a mineração é o berço da renda econômica de nossa cidade”, declarou. 
O vice-presidente executivo da Serra Verde Mineradora, Luciano de Freitas Borges, afirmou que a missão é fazer renascer o espírito minerador de Minaçu. “Queremos contratar ao máximo de mão de obra local. Nossa prioridade será cada vez mais integrarmos essa comunidade e agregarmos valor à economia do município”, projetou. Luciano adiantou que Minaçu contará com cerca de R$ 1,5 milhão circulando em salários dos trabalhadores, e que a Serra Verde deve gerar entre R$ 28 milhões e R$ 32 milhões em impostos.
Antes do investimento para a implantação do empreendimento, a mineração Serra Verde já aplicou em Minaçu mais de R$ 270 milhões em pesquisa sobre os minerais presentes na região. Após as obras, a empresa irá explorar o concentrado de terras raras, composto de 17 elementos químicos que pode ser utilizado em várias aplicações: produção de ímã de alta potência (usado na geração de energia limpa, como turbinas eólicas e carros elétricos), catalisadores na indústria de petróleo, equipamentos médicos (ressonância magnética, laser), produção de luminescentes para a indústria óptica eletrônica e fabricação de supercondutores.
O governador destacou que o concentrado de terras raras é fundamental para adentrar em um mercado disputado por países como a China. “Já que temos o produto no Brasil, que hoje é um dos metais mais cobiçados pela indústria de ponta, pedi que pudéssemos trazer para cá algumas empresas para não sermos apenas exportadores de terras raras, mas ter indústrias que venham a desenvolver essa tecnologia”, explicou Caiado.
Esperança
Sentado em uma cadeira em dos cantos do saguão, Joel dos Santos Ferreira acompanhou a movimentação em torno da chegada da comitiva do governador ao aeroporto de Minaçu, onde trabalha como vigilante há dois anos. Goiano de Carmo do Rio Verde, ele vive há 40 anos no município, quando chegou para trabalhar nas barragens de Serra da Mesa e Cana Brava. Esteve lá de 1986 a 1996, sempre como vigilante. “A vida era bem difícil, mas promissora. Depois que a Sama se instalou, no fim dos anos 6190, a cidade chegou a ter 45 mil pessoas. Com o tempo e a crise, a divisas deixaram de circular. Agora então…”, lamentou.
Apesar do emprego como servidor da Prefeitura garantir mais tranquilidade, juntamente com os “bicos” para render aquele extra, ele vê com apreensão a situação da cidade. “Minaçu deu uma baqueada feia com o fechamento da Sama, principalmente o comércio”, diz ele, acentuando sua preocupação. Segundo o vigilante, muitos colegas que trabalhavam na Sama estão desempregados. “Muitos amigos foram despedidos e estão no aperto, vivendo da rescisão, pagando as contas com seguro desemprego. E não é um ou outro. São vários.”
Para Joel, é fundamental a vinda da nova usina e a reabertura da antiga. “Precisamos muito. Estamos contando demais com isso. Não tenho conhecimento de comercio fechou, mas o movimento caiu bruscamente. As divisas pararam de circular. Em minha opinião, o governo federal não pensou nas famílias.” Perguntado se confia na retomada da economia da cidade, ele foi firme: “Eu acredito, com certeza. O governador Caiado vai fazer diferença.”

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