A criação de cursos de medicina no país está suspensa por cinco anos, de acordo com portaria assinada na ultima quinta feira (5) durante reunião do presidente Michel Temer com o ministro da Educação, Mendonça Filho, e representantes do Conselho Federal de Medicina e entidades ligadas ao setor. A medida vale para instituições públicas federais, estaduais e municipais e privadas. A ampliação de vagas em cursos de medicina já existentes em instituições federais também fica suspensa pelo mesmo período.
De acordo com Mendonça Filho, a medida se justifica pela necessidade de fazer uma avaliação e adequação da formação médica no Brasil. Segundo ele, foi grande o número de cursos abertos no país nos últimos anos e agora é preciso zelar pela qualidade.
“Teremos moratória de cinco anos para que possamos reavaliar todo o quadro de formação médica no Brasil. Isso se faz necessário até porque as metas traçadas com relação à ampliação de médicos no Brasil já foram atingidas. Mais que dobramos o número total de faculdades de formação de medicina nos últimos anos, o que significa dizer que há uma presença de formação médica em todas as regiões do Brasil”, afirmou o ministro.
Mendonça Filho explicou que duas portarias serão publicadas no Diário Oficial da União nesta sexta feira (6). Uma estabelece a suspensão da criação de novos cursos de medicina por cinco anos e a outra orienta os sistemas estaduais e municipais a cumprirem a norma.
“Nos casos das estaduais, a regulação é feita pelos Conselhos Estaduais de Educação. Elas têm autonomia, de acordo com a Constituição Federal, assim como as municipais. Mas todas essas regras estão subordinadas ao comando-geral definido a partir de uma portaria adicional que foi assinada hoje por mim”, explicou.
Repercussões
A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) considera que a medida representa “um retrocesso que compromete o desenvolvimento do país e o atendimento à população naquilo que é um direito humano fundamental, o direito à saúde”. Para a ABMES, é contraditório que o governo, poucos meses após criar uma regra específica
Como Ficara Catalão
Uma portaria publicada em 04 de setembro de 2017, no Diário Oficial da União (DOU) autorizou o funcionamento do curso de Medicina na Regional Catalão (RC) da Universidade Federal de Goiás (UFG). O Ministério da Educação (MEC) aprovou o Projeto Político Pedagógico (PPP) do curso e que seria oferecidas 50 vagas anuais. A expectativa é o que ingresso da primeira turma ocorra a partir do segundo semestre de 2018.
Para isso foi inaugurado o prédio de anatomia e laboratórios da área de saúde e a universidade obteve, por meio de convênio com o Instituto Médico Legal (IML), a doação de um cadáver que será utilizado nas atividades pedagógicas. A montagem dos laboratórios já teve início com a instalação de cubas próprias para o armazenamento das peças anatômicas.
A direção da Regional Catalão e a reitoria da UFG trabalharam, junto ao Governo Federal e a lideranças políticas, para que fossem realizada a repactuação de vagas para concurso público de professores e técnico-administrativos e para que fossem destinados os recursos orçamentários para o início do curso. O projeto atual destina 20 vagas de professores, número suficiente para o início do curso, no entanto, ainda falta a destinação de vagas para técnicos.