Comissão de Atenção à Pessoa Idosa põe em debate as maiores causas de queda em idosos e formas de prevenção


A Comissão de Atenção à Pessoa Idosa da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) promoveu, na manhã desta quarta-feira, 22, audiência pública sobre prevenção de quedas de pessoas idosas em ambiente doméstico, com o objetivo de alertar as pessoas acima de 60 anos sobre esse problema de saúde pública devido as suas consequências. Ao abrir o evento, o presidente do colegiado, deputado Ricardo Quirino (Republicanos), lembrou que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu essa temática como foco principal para a atenção à pessoa idosa.

Além de Quirino, participaram da mesa dos trabalhos: o médico ortopedista e traumatologista Lucas Machado, que explanou sobre a queda, prevenção e caminhos; a gerontóloga e assistente social Adriana Silveira, que falou sobre os cuidados gerontológicos; e a educadora física e especialista em pilates Geise Luanna Ayres Mendes, que palestrou sobre a sarcopenia.

Ricardo Quirino disse que o objetivo do encontro era esclarecer as questões do envelhecimento que ainda não são tão difundidas. “Enquanto estivermos aqui, vamos trabalhar para levar o conhecimento a essa faixa etária da população. As cidades não são elaboradas pensando no envelhecimento e, muitas vezes, colhemos os frutos das calçadas desniveladas e outras estruturas inadequadas para esse público. Os governantes precisam assumir o compromisso para fazer as adaptações necessárias.” 

Suplente da Comissão de Atenção à Pessoa Idosa, a deputada Dra. Zeli (UB) também participou da audiência pública. Ela trouxe relato de uma experiência vivida recentemente, numa queda em que fraturou a cabeça do fêmur e, posteriormente, uma fratura no pé, trazendo como resultado um cuidado maior. 

Ao falar sobre queda, prevenção e caminho, o médico ortopedista Lucas Machado apontou dados alarmantes relacionados ao tema: mais de um milhão dos registros médicos de internação de idosos têm as quedas como causa. Ele observou que o custo dessas internações é de aproximadamente dois milhões de reais para os cofres públicos. Lucas pontuou, ainda, o aumento desses registros e reiterou o envelhecimento da população brasileira como responsável.

O médico destacou que algumas quedas causam apenas ferimentos leves, como arranhões e pequenas contusões. Mas chamou atenção para o risco de lesões graves, como traumatismos cranioencefálicos ou na coluna, e lembrou que o envelhecimento ocasiona a perda de massa muscular, podendo aumentar a chance de lesões ortopédicas.

Fraturas de fêmur

Segundo Lucas, as fraturas de fêmur são as mais graves. Ele destacou que aproximadamente 30% dos pacientes com esse tipo de lesão acabam por falecer no período de um ano após o acidente. “A queda ocasiona uma redução da atividade física e, com essa restrição, diminui a massa muscular, fragilizando ainda mais o idoso e aumentando o risco de novas quedas. É um ciclo vicioso, chamado de síndrome do pós-queda. Essa condição também pode diminuir a autonomia do idoso, pois ele fica receoso de realizar suas atividades.”

A gerontóloga e assistente social Adriana Silveira palestrou sobre os cuidados gerontológicos, destacando seus principais benefícios. Ela explicou que a gerontologia estuda os fenômenos fisiológicos, psicológicos e sociais do envelhecimento do ser humano. “O olhar para o envelhecimento precisa ser diferenciado, mas ele começa quando nascemos para que a vida da pessoa idosa tenha a maior qualidade de vida possível”, observou. 

De acordo com Adriana, o declínio funcional pode levar à morte, caso os devidos cuidados não sejam implementados na rotina da pessoa idosa. A família pode ser impactada tanto com a institucionalização, que tem um custo bastante oneroso, quanto nos cuidados que precisam ofertar para o familiar que se torna dependente no momento do pós-cirúrgico proveniente de uma queda. Ela recomendou a adaptação dos ambientes domésticos para que os idosos estejam em segurança. 

Por último, a educadora física Geise Luanna abordou a sarcopenia, que é a perda muscular, o que causa a dificuldade de locomoção, mais prevalente nas mulheres. Ela alertou que a atividade física e a boa alimentação são as únicas ferramentas que têm a capacidade de retardar a sarcopenia, especialmente as atividades anaeróbicas. Além disso, em muitos casos também é necessária a reposição com vitaminas e minerais. 

De acordo com Geise, a parte hormonal também precisa ser olhada para manter a boa qualidade de vida. “O envelhecimento não deve ser tratado como uma doença, mas como um processo natural decorrente da vida humana. Para tanto, também o ambiente mais seguro deve ser providenciado de forma preventiva”, pontuou. 

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