MST CHAMA DE “FATO INCERTO” E SEM PROVAS DENÚNCIA DE ASSENTADOS DE GOIÁS EM CPI

Movimento alegou que deputados bolsonaristas teriam mobilizado “antigos residentes de agrupamentos agrários, buscando atacar a causa da reforma agrária no Brasil”.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se manifestou sobre os depoimentos de assentados goianos na quarta-feira, 9, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST. De acordo com o movimento, os casos relatados fazem parte de um “fato incerto” e sem provas.

Joviniano José Rodrigues, assentado da Fazenda Palmeiras, em Goiás, ouvido na CPI do MST, compartilhou informações relacionadas a direcionamentos dados por líderes do movimento. Isso teria incluído atividades como saques a caminhões de carga, furtos e abates de animais pertencentes a fazendeiros da região, invasões a edifícios públicos e participação em treinamentos que abordam táticas de guerrilha.

Em um trecho, Joviniano afirma que os assentados são como estivessem presos em um cativeiro pelo MST. “O assentado, ou pré-assentado, ou acampado, como seja que estava, tem que rezar na cartilha deles daquele jeito”, disse à CPI.

“Não tem outra maneira, ou você reza daquele jeito ou você vai para fora. Essa é a lei lá dentro, se você não fazer parte, vai ser jogado para um lado, mais na frente acaba saindo. Eles já falam que você vai perder sua terra e seu tempo”, acusou.

Movimento nega

O MST alegou que deputados bolsonaristas teriam mobilizado “antigos residentes de agrupamentos agrários, buscando atacar a causa da reforma agrária no Brasil”.

Conforme o movimento, “ficou notório como os parlamentares pró-Bolsonaro se valem de cidadãos de baixa renda para desacreditar a luta pela reforma agrária”. O MST se referiu ao depoimento de Joviniano José Rodrigues de duas décadas atrás em Goiás, a fim de embasar a retórica de criminalização do movimento, que também afirmou que nenhum integrante foi condenado pelos incidentes.

“Lançam uma série de afirmações, apontamentos de crimes, envolveram nomes de militantes, indicaram supostas sequelas devido a práticas violentas. Mas, em nenhum momento, apresentam algum inquérito, processo criminal, condenação ou laudo médico atestando sequelas por violências praticadas – apesar da gravidade dos crimes apontados. Mesmo com a seriedade dos fatos apontados e 20 anos decorridos, não temos nenhum militante Sem Terra condenado por tais fatos, o que evidencia a fragilidade das acusações.

Ao atacarem a luta do MST, negam, por exemplo, os mais de 200 médicos formados a partir da luta pela terra, que hoje atuam no Sistema Único de Saúde (SUS). Vedam seus olhos para o fato de que, em 2021, quando fortes chuvas atingiram o sul da Bahia, deixando mais de 70 mil pessoas em situação de emergência, a solidariedade Sem Terra fez com que nossas famílias doassem mais de 120 toneladas de alimentos para os mais necessitados”.

Fonte: Jornal Opção

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