CRISE CLIMÁTICA GERA MAIS DE 12 MILHÕES DE MORTES POR ANO

Mais de 12 milhões de mortes em todo o mundo estão associadas a fatores de risco ambientais a cada ano, afirmou o diretor-adjunto da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa.

Em coletiva de imprensa semanal da OPAS, na quarta-feira (27), Barbosa destacou como meio ambiente e saúde estão interligados. A análise foi feita antes da cúpula do clima da ONU, COP26.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente relatou esta semana que, embora os países tenham prometido cortar as emissões de gases de efeito estufa, há uma grande lacuna entre essas promessas e o que é necessário para evitar as piores consequências da crise climática.

“A saúde do nosso planeta e a saúde das nossas pessoas estão interligadas”, disse Barbosa, acrescentando que as altas temperaturas e a poluição atmosférica têm levado ao aumento das doenças cardiovasculares e respiratórias.

O representante da OPAS também disse que incêndios florestais e secas levaram à quebra de safra, afetando a subsistência da força de trabalho agrícola e aumentando a insegurança alimentar nas Américas.

Os líderes globais vão se concentrar em soluções para a crise na COP26 após um verão repleto de condições climáticas extremas.

Além dos incêndios florestais e da seca na América do Sul, os Estados Unidos também foram atingidos por incêndios, inundações e furacões. China e Alemanha sofreram enchentes e o sul da Europa também foi atingido pelo fogo que destruiu vegetações.

“O clima extremo e o aumento das temperaturas mudaram nossos ecossistemas e deslocaram pessoas de suas casas, muitas vezes forçando os humanos a violar habitats naturais e os animais a se mudarem para condições mais hospitaleiras”, disse Barbosa, acrescentando que isso levou a um aumento de doenças como Zika e Chagas.

“E a dengue, que normalmente segue um padrão sazonal, está sendo detectada fora de seu ciclo normal, pois as temperaturas aumentaram e as temporadas de chuva se prolongaram”, disse ele.

No início deste mês, a Organização Mundial da Saúde pediu aos governos e formuladores de políticas que “ajam com urgência” nas crises climáticas e de saúde.

O relatório descreveu a mudança climática como a “maior ameaça à saúde que a humanidade enfrenta” e delineou 10 ações recomendadas.

Esse relatório seguiu as novas diretrizes de qualidade do ar da agência, divulgadas em setembro, que poderiam prevenir milhões de mortes no mundo a cada ano.

Essas diretrizes também ancoram pesquisas recentes que apontam a poluição do ar como um dos fatores para os agravos à saúde causados ​​pela Covid-19.

Ainda segundo Barbosa, na semana passada a região das Américas relatou 800 mil novas infecções por Covid-19 e 18 mil mortes – os números mais baixos em mais de um ano. “Temos motivos para estar otimistas, mas devemos permanecer vigilantes”, disse.

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