ESTIAGEM EM GOIÁS DEVE SER PIOR NESTE ANO

Goiás pode esperar, até o final de setembro, menos chuva, mais calor e menor umidade relativa do ar do que os valores registrados em anos anteriores. Um quadro que favorece a ocorrência de queimadas, de poluição atmosférica e consequentemente de problemas respiratórios. É o que indica o Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais do Cerrado (Cempa), ancorado na Universidade Federal de Goiás (UFG).

Físico da atmosfera, doutor em meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Angel Domínguez Chovert disse ao POPULAR que nesta época do ano os acumulados de precipitação no Centro-Oeste são relacionados com a passagem de sistemas frontais. E os modelos meteorológicos indicam um sistema de alta pressão em níveis médios da atmosfera que inibe os movimentos ascendentes de ar, a formação de nuvens, e os registros de precipitação. Ao mesmo tempo, um fluxo intenso de oeste para leste, também em níveis médios, é localizado ao sul do continente. “Ambos sistemas favorecem o deslocamento dos sistemas frontais para o leste impedindo a chegada da chuva em Goiás.”

A atuação de uma massa de ar seco também está provocando redução da umidade relativa do ar em julho e elevação da temperatura, acima da média histórica, entre 20 e 24 graus. Esse cenário vai persistir em agosto, que tem valores médios muito baixos de precipitação acumulada, ficando entre 10 e 20 mm. A umidade relativa do ar no próximo mês em Goiás pode chegar a 10% ou 8%, ou seja, uma situação só encontrada no deserto. Abaixo de 12%, as autoridades sanitárias devem ficar atentas ao aumento de doenças relacionadas ao sistema respiratório.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Contato!