NOVO TESTE PODE PREVER CÂNCERES FEMININOS ATÉ QUATRO ANOS ANTES DOS PRIMEIROS SINTOMAS, ENTENDA

O estudo foi capaz de detectar sinais da doença em mais da metade das mulheres, cujos resultados da triagem estavam normais

Um estudo feito por pesquisadores da University College, em Londres, descobriram um novo teste que pode ser usado para detectar quatro tipos de câncer em até quatro anos antes do paciente vir a ter a doença. A inovação pode significar o fim das mamografias — tradicionalmente usadas para detectar câncer de mama em mulheres com mais de 50 anos.

O exame analisa a metilação do DNA, uma camada extra no topo do DNA que informa às células qual é sua função específica. Ao estudar essa parte específica, os cientistas descobriram que as alterações nas células podem ser detectadas bem antes de se tornarem cancerígenas. O teste é usado hoje para o vírus do papiloma humano (HPV) – responsável por 99% dos casos de câncer do colo do útero.

As amostras daqueles que testam positivo são então verificadas ao microscópio para alterações nas células que podem se tornar cancerígenas. Os cientistas afirmam que ele pode ser usado para prever câncer de mama, útero, colo do útero e ovário dentro de quatro anos.

A pesquisa analisou 1.254 amostras de triagem cervical de mulheres com alterações celulares de baixo a alto risco, mulheres com HPV, mas sem alterações nas células cervicais e amostras de mulheres sem alterações nas células cervicais que desenvolveram alterações celulares de alto risco em quatro anos.

Em mais da metade dos casos (55%) de mulheres sem alterações celulares, mas que apresentavam HPV, o teste detectou que teriam alterações celulares nos próximos quatro anos. O teste também teve um desempenho melhor do que os métodos tradicionais atualmente disponíveis para detectar células cancerígenas que precisam de tratamento.

Os cientistas acreditam que, observando atentamente a metilação do DNA, eles podem detectar câncer e possivelmente prever o risco de que alguém desenvolva a doença no futuro.

“A vacinação contra o vírus que causa o câncer do colo do útero está agora amplamente implementada e está levando a mudanças na quantidade e nos tipos do vírus que circulam na comunidade. Construir novos programas de triagem holísticos e preditivos de risco em torno da coleta eficaz de amostras cervicais existentes oferece um potencial real para a prevenção do câncer no futuro”, disse Martin Widschwendter, professor do departamento de câncer feminino da University College e que vem trabalhando nesta pesquisa há duas décadas.

Por ano, o Reino Unido tem cerca de 3 mil novos casos e 850 mortes por câncer de colo de útero. No Brasil, ele é o terceiro tipo de câncer com maior incidência entre mulheres. Para o ano de 2022, por exemplo, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou 16 mil novos casos, o que representa uma um risco considerado de 15,38 ocorrências a cada 100 mil mulheres. Nos Estados Unidos, cerca de 14 mil mulheres são acometidas com a doença matando cerca de 4 mil.

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