OS MAIS RICOS SÃO RESPONSÁVEIS PELA MAIOR PARTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS MAIS POBRES SÃO OS QUE MAIS SOFREM

Em 2018, o pesquisador Stefan Gössling e sua equipe passaram meses rastreando perfis nas mídias sociais de algumas das celebridades mais ricas do mundo: de Paris Hilton a Oprah Winfrey. Já o professor de turismo da Universidade Linnaeus, na Suécia, estava procurando evidências de quanto essas pessoas estavam viajando de avião.

O objetivo de Gössling era tentar descobrir os níveis de consumo individual dos mega-ricos, cujos estilos de vida são frequentemente envoltos em segredo. Sua pesquisa coincidiu com um crescente movimento ambientalista, liderado pela ativista ambiental sueca Greta Thunberg, que vem destacando a importância da responsabilidade pessoal nas emissões de carbono. Voar, uma das formas de consumo mais poluentes em carbono, tornou-se um símbolo dessa nova responsabilidade.

O Brasil, por exemplo é um dos maiores produtores de grãos do mundo, más também comporta grandes industrias, o pais é um dos maiores culpados pelo aquecimento global, no Brasil a classe mais rica são os agricultores e os pecuaristas, eles desmatam plantam criam gados e ficam bilionários, más a conta quem pagam é toda a nação, os donos dos agronegócios tem muito dinheiro e tem conforto, com ar condicionado nas suas residências, nos carros, nos aviões, tem recursos para ter uma boa alimentação e para ter um bom plano de saúde para tratar de doenças, causada principalmente pelas mudanças climáticas, o pobre não usufrui de nenhum desses benefícios, vão ficar doentes sem dinheiro no meio do deserto, sendo que os ricos vão ter uma economia para sobreviver bem o resto das suas vidas, além de deixar riquezas para familiares por mais duas gerações sobreviver bem, sem ser preciso trabalhar, caso haja uma catástrofe ambiental.

As estatísticas são impressionantes. Os 10% mais ricos do mundo foram responsáveis ​​por cerca da metade das emissões globais de carbono em 2015, de acordo com um relatório de 2020 da Oxfam e do Stockholm Environment Institute. O 1% mais rico foi responsável por 15% das emissões, quase o dobro dos 50% mais pobres do mundo — parcela responsável por apenas 7%, mas que sofrerá o peso das mudanças climáticas mesmo tendo a menor responsabilidade sobre elas.

O problema, entretanto, é se os mais ricos podem simplesmente absorver esses custos e tudo continuar como antes. Uma ideia mais radical é uma alocação pessoal de carbono (PCA), em que os indivíduos recebem um limite igual de emissões de carbono, e essa quantia é negociável ​​entre eles. Se alguém quer emitir mais, ela deve comprar cotas indesejadas de outras pessoas. Versões de um PCA foram exploradas na Irlanda, França e Califórnia.

Mesmo com o tempo se esgotando para lidar com a mudança climática, muitos governos resistem a aplicar políticas de mudança de comportamento por medo de que elas sejam eleitoralmente impopulares, além de desagradar os mais ricos. portanto com esse proposito as pessoas mais pobres são os que mais sofrem.

O controle dos mais ricos sobre os governos por meio de lobby e grandes doações feitas por eles proporciona a essa parcela da sociedade grande vantagem na diluição de ações que combatam as mudanças climáticas, além de moldar as opções disponíveis para todos, explica Kenner. “Existe este outro futuro, este futuro alternativo, que nos está sendo negado diariamente”, insiste.

Alguns governos estão fazendo grandes mudanças. O País de Gales, por exemplo, suspendeu o investimento na construção de novas estradas para cumprir as metas de emissões. A Holanda propôs reduzir o número de seu rebanho de gado em 30% para reduzir a poluição.

Já cidades do Reino Unido, como Norwich e Exeter, começaram a construir habitação social com uso de energia limpa. Outros focam no papel da publicidade na promoção do consumo poluente.

O ritmo é muito lento e o tempo está acabando. Os governos precisam reformar a infraestrutura, colocando a sustentabilidade no centro da política, diz ele. Isso significa criar redes de transporte público rápidas, extensas e acessíveis; “descarbonizar” a eletricidade; construir casas mais densas e bem isoladas; proibir o uso de carros movidos a gasolina e considerar medidas como uma semana de trabalho de quatro dias.

Os governos e os ricos, com seu enorme papel de influenciar as normas sociais, também podem ajudar a mudar a narrativa de que ações para combater as mudanças climáticas causam perda da liberdade individual e de qualidade de vida.

Comer menos carne traz benefícios para a saúde. Ter menos SUVs e carros movidos a gasolina aumentam a qualidade do ar e ajudam a reduzir as mortes por poluição do ar. E uma semana de trabalho de quatro dias poderia permitir um melhor equilíbrio entre vida profissional e familiar, mais tempo para a família e menores custos com cuidados com os filhos para os pais.

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