Veja quem são os favoritos para próxima vaga que vai abrir no STF

Presidente fez sondagens com Moraes e Gilmar e, apesar de pressão, deu sinais de que pode não indicar mulher

A menos de um mês da aposentadoria de Rosa Weber, o presidente Lula (PT) intensificou consultas a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a sucessão na corte.

Lula sondou nos últimos dias autoridades a respeito dos nomes de Flávio Dino (ministro da Justiça) e Bruno Dantas, presidente do TCU (Tribunal de Contas da União).

Além dos dois, o ministro Jorge Messias (advogado-geral da União) é apontado como um dos favoritos para ocupar a cadeira da ministra, que em 2 de outubro completará 75 anos, idade máxima para permanecer na corte.

No dia 28 de setembro está prevista a posse do próximo presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso.

O STF tem hoje 9 homens entre seus 11 integrantes. Se Rosa não for substituída por outra mulher, Cármen Lúcia será a única no tribunal.

Lula teve encontros recentes com os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, em episódios distintos.

Segundo relatos, as reuniões abordaram temas como o processo de troca na PGR (Procuradoria-Geral da República) e a escolha de nomes para o STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas Lula aproveitou para inserir brevemente nas conversas o tópico STF.

Nessas abordagens, Lula não deu sinais de preferência e quis ouvir opiniões, segundo seus interlocutores.

Na conversa com Gilmar, segundo relatos de aliados de ambos, Lula o questionou ao fim do encontro sobre o que ele achava de Dino e Dantas.

O ministro do STF elogiou os nomes e disse que os considera extremamente preparados para a função. Ainda de acordo com os relatos, Gilmar ressaltou a atuação de Dino à frente do Ministério da Justiça.

Já o encontro com Moraes ocorreu com a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do próprio Dino. Na saída, Lula teria sondado Moraes sobre a disputa no STF —não é a primeira vez que os dois conversam sobre o assunto.

O fato de o presidente ter espontaneamente incluído Dino em ao menos uma das conversas foi encarado por setores do Judiciário e do PT como um indicativo de que o titular da Justiça está fortalecido na disputa.

Segundo aliados de Lula, a atuação à frente do ministério tem conferido a Dino um capital político não só dentro do governo, mas também nas redes sociais.

Apoiado por militantes, Dino tem ganhado notoriedade no enfrentamento ao bolsonarismo, especialmente na condução das investigações sobre o 8 de janeiro.

Essa visibilidade é também seu ponto fraco, na opinião de colaboradores do presidente. O excesso de exposição atrai desafetos que apontam nele um risco de politização do STF.

Mais que isso, petistas também veem o ministro da Justiça como um potencial adversário nas eleições presidenciais futuras, e por isso temem seu fortalecimento. Uma ala do PT avalia que nomeá-lo à corte significa um fortalecimento, enquanto outro grupo pensa o contrário.

A simpatia manifestada por Gilmar e Moraes a Dino também tem sido usada por oponentes do ministro da Justiça como uma ameaça potencial de formação de grupos adversários dentro da corte.

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