BARRIL DE PETRÓLEO CHEGA A US$ 120 E PRESSIONA PETROBRAS

A defasagem do diesel também aumentou e o risco de reajustes levou Bolsonaro a voltar a criticar a companhia

A expectativa de reabertura da economia chinesa e a possibilidade de novas sanções à Rússia elevaram a cotação do petróleo Brent, referência internacional negociada em Londres, para os maiores patamares desde o início de março.

A alta aumenta a pressão sobre a Petrobras, que vem praticando preços da gasolina abaixo da paridade internacional há semanas. A defasagem do diesel também aumentou e o risco de reajustes levou o presidente Jair Bolsonaro (PL) a voltar a criticar a companhia.

Nesta segunda-feira (30), o contrato do petróleo Brent com entrega em junho ultrapassou os US$ 120 (R$ 570) por barril, fechando o pregão a US$ 121,67 (R$ 578). O contrato para julho, mais líquido, fechou o dia a US$ 117,60 (R$ 558) por barril.

A flexibilização de restrições ao deslocamento na China renovou expectativas de aumento da demanda global, após um período de incertezas com relação à evolução das contaminações naquele país que levou o petróleo para abaixo dos US$ 100 (R$ 475) por barril em abril.

Na Europa, a discussão sobre proibição das importações russas também joga pressão sobre as cotações, uma vez que pode reduzir a oferta da commodity, em um momento de mercado já pressionado.

“A Europa vem lidando com isso há quase um mês, mas cada vez mais o mercado está precificando (sanções adicionais) como um risco”,

Diz Daniel Ghali, estrategista sênior de commodities da TD Securities em Toronto.

A alta, que já se sustenta desde meados da semana passada, ampliou a diferença entre os preços dos combustíveis no país e a paridade de importação, conceito usado pela Petrobras em sua política de preços dos combustíveis.

Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras está R$ 0,48 por litro abaixo da paridade. Já são 80 dias sem ajuste no preço de venda do combustível pelas refinarias da Petrobras.

No caso do diesel, que teve seu último reajuste há 21 dias, a defasagem é menor, de R$ 0,34 por litro, também segundo as contas da Abicom.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Contato!