DESMATAMENTO RECUA A UM TERÇO NA AMAZÔNIA, MAS NO CERRADO BATE RECORDE

O sistema Deter, do Inpe, apurou que foram derrubados no mês passado 500 quilômetros quadrados de floresta na Amazônia, contra 1.487 km2 em julho do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente.

No Cerrado, porém, a ação do governo foi incapaz de conter o surto de desmatamento: o bioma mais rapidamente destruído do Brasil teve novo aumento no último período e superior ao do ano anterior (6.359 km2 contra 5.458 km2).

A estrutura do Ibama não mudou, a legislação não mudou, ninguém inventou nenhuma ferramenta nova. A única coisa que mudou foi a determinação de cumprir a lei”, afirma Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. Em julho, o aumento foi de 26%. Isso se deveu à grande quantidade de autorizações de desmatamento emitidas pelos governos estaduais, sobretudo o da Bahia, estado campeão de devastação do bioma. Diferentemente da Amazônia, onde o Código Florestal só autoriza o desmatamento de 20% de uma propriedade rural, no Cerrado o limite é de 80%.

“Era de se esperar o aumento do desmatamento do Cerrado neste ano, reforçado pela baixa proteção que a legislação florestal brasileira lhe confere e pelo grande número de autorizações de desmate que vêm sendo emitidas pelos estados”, diz Guilherme Eidt, coordenador de advocacy do ISPN (Instituto Sociedade, População e Natureza).

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